Um recém-nascido foi dado como morto duas vezes nesta sexta-feira, no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no Litoral paulista. A primeira indicação de óbito foi registrada às 5h20m, mas o bebê foi encontrado vivo cinco horas mais tarde, no necrotério do hospital. O menino foi levado por um funcionário à internação, mas não resistiu e morreu às 21h.
Tatiana Ferreira Lemos, de 29 anos, deu a luz na quarta-feira a Calebe Lemos da Silva. O bebê nasceu prematuro, com 37 semanas e 1,7 quilo, e de parto natural. O menino apresentava complicações cardíacas e respiratórias.
Após o hospital anunciar à família o falecimento do bebê, às 5h20m, ele foi encaminhado ao necrotério, onde cinco horas depois um funcionário notou sinais de movimento na criança.
O bebê foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo da Pediatria do Irmã Dulce. O pai da criança, Fabrício Oliveira da Silva, e o padrinho, Marcos Feitosa, já providenciavam a certidão de nascimento de Calebe quando foram alertados para retornar ao hospital. Às 21h, veio a notícia: a criança havia morrido, novamente.
O pai, inconformado, aponta negligência no caso. "A forma como tudo aconteceu é inaceitável", disse. "Ninguém se dignou a vir aqui dar uma explicação". O padrinho da criança, com a certidão de nascimento nas mãos, disse que cobraria providências. "É um absurdo. A criança morreu duas vezes em um dia".
A diretora técnica do Hospital Irmã Dulce, a médica cardiologista Maria Alice Tavares, garantiu que não houve "nenhuma falha no atendimento ao recém-nascido". Ela também explicou que o prontuário médico está à disposição da família e da justiça.